Destaques na expansão da indústria ficaram por conta da construção civil.
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Nos últimos anos, o PIB de Goiás vem registrando índices de crescimento bem acima do desempenho geral da economia brasileira. E o Estado voltou a repetir o feito no último trimestre de 2014, fechando com alta de 2% sobre igual período do ano anterior. O PIB brasileiro equivalente teve desempenho negativo (- 0,2%). No acumulado do ano, o PIB de Goiás registrou alta de 1,8%, enquanto o nacional teve meros 0,1%.
Os dados são do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos da Secretaria de Gestão e Planejamento (IMB/Segplan). Segundo os pesquisadores do IMB/Segplan, a expansão do Produto Interno Bruto de Goiás se deu pelo crescimento dos setores de serviços (que subiu 2,6% no período) e indústria (alta de 1,5%).
A agropecuária, setor que normalmente puxa o desempenho da economia goiana, dessa vez retraiu 0,2% em função do recuo na produção de soja e cana-de-açúcar, dois dos produtos que são carro-chefe da produção do setor no Estado. O incremento da pecuária e a alta de produção observada no milho e algodão não foram suficientes para evitar a queda da produção agropecuária goiana nos últimos três meses do ano passado.
Destaques
O desempenho positivo do setor de serviços se deveu à expansão das atividades de alojamento e alimentação, transporte, serviços prestados às empresas, aluguel e administração pública. A maior retração desse setor foi observada no comércio, que teve queda tanto no atacado quanto no varejo, consequência do enfraquecimento do consumo das famílias. O comércio varejista cresceu 1,4% no último trimestre de 2014, figurando como pior desempenho do segmento nos últimos anos. O desempenho também foi pior do que a média nacional (2,2%), o que não ocorria desde 2009.
Os destaques na expansão da indústria ficaram por conta da construção civil (alta de 3,8%) e da indústria de transformação (+1,7%). A construção civil manteve-se aquecida com a continuidade de obras iniciadas em anos anteriores, bem como a injeção de recursos em obras públicas em rodovias (federais e estaduais), além da conclusão do trecho goiano da ferrovia Norte-Sul. Já a indústria de transformação foi puxada pela alta na produção de combustíveis, adubos e fertilizantes.
Ainda melhor do que a nacional, a economia goiana, no entanto, pode sofrer com os reflexos da crise brasileira neste ano de 2015, observam os pesquisadores do IMB/Segplan. Por outro lado, há fatores favoráveis, como a desvalorização cambial (alta do dólar frente ao real), o que pode tornar os produtos exportados por Goiás mais competitivos no mercado global. Além disso, espera-se que uma consolidação da recuperação econômica dos Estados Unidos gere novas possibilidades de exportação dos produtos goianos. A continuidade de investimentos públicos no Estado também pode reforçar um cenário favorável à geração de emprego e renda em Goiás, avaliam os técnicos do IMB/Segplan.
Fonte: Goiás agora.