Horário de verão altera a rotina e o corpo

Parece pouco, mas esses sessenta minutos adiantados podem alterar o organismo humano, de acordo com especialistas

Há quem goste e há quem reclame. O fato real é que não há um consenso sobre o horário de verão. A maioria, no entanto, concorda em um ponto: não é fácil se acostumar quando os relógios adiantam uma hora.

Parece pouco, mas esses sessenta minutos adiantados podem alterar o organismo humano. De acordo com a médica Ana Maria, acostumar-se a levantar mais cedo não é fácil, porque o corpo humano tem a capacidade de se organizar de acordo com seu tempo biológico.

“Temos um relógio interno que nos indica o andamento do tempo. Sentimos fome com mais intensidade na hora do almoço e do jantar. O corpo pede para dormir à noite, geralmente na mesma hora, e nos acorda quando se sente suficientemente recuperado. Este tempo biológico gosta da rotina. Mais que isso, acostuma-se com a rotina. Assim, tendemos a acordar sempre na mesma hora”, explica.

Para Ana Maria, na primeira semana do horário de verão o corpo tem mais dificuldade em levantar e dormir mais cedo. Quem concorda é a publicitária Maira Gabriela, de 27 anos. A jovem afirma que demora cerca de dez dias, no mínimo, para se acostumar com o novo horário. A sua maior dificuldade está no momento de dormir e na hora das refeições.

Dor de cabeça, fadiga, sensação de cansaço são os sintomas que a publicitária sofre com a mudança do horário de verão. “Pode parecer bobagem, mas uma hora a menos de sono influencia muito”, declara. Ela assume que nos períodos de adaptação consome mais café, da mesma forma que alterou sua rotina da academia para a noite, assim aproveitando o cansaço para tentar pegar no sono mais rápido.

Já a estudante Bárbara Silva Alves, 21 anos, declara que uma hora adiantada não interfere no seu organismo e rotina. Para ela, dormir e acordar continua da mesma forma, a única alteração é no seu relógio de pulso.

Dica para se adaptar
Conforme a médica Ana Maria, na primeira semana o indicado é almoçar e jantar meia hora mais cedo do que o habitual. Isso ajuda o corpo a entender que a rotina está mudando. “Coma leve nesta primeira semana. Muitas frutas, legumes e verduras. Pouca fritura, massas ou doces. No almoço, esta orientação ajuda a evitar aquele “soninho” irresistível e fora de hora, ao longo do dia. À noite, comer leve é fundamental para que você tenha um sono mais tranquilo e profundo. Isso é decisivo na hora de acordar”, explica. 



Dê tempo ao seu relógio biológico é a dica da especialista, que também destaca que nos primeiros dias é preciso ir para a cama meia hora mais cedo, mesmo que não haja sono. Na manhã quando o despertador tocar, a orientação é evitar a “soneca” de mais alguns minutos. Para Ana Maria, esta soneca às vezes deixa as pessoas mais cansadas ainda e não colabora para relaxar ou descansar.





Período





A 39ª edição do horário de verão terá duração de 126 dias e terminará no dia 22 de fevereiro. Na meia noite do último sábado para domingo, os moradores de dez Estados, além do Distrito Federal, adiantaram os relógios em uma hora. A expectativa do governo é que a redução no consumo de energia no período contribua com uma queda de 0,4% no uso da água das principais hidrelétricas no País.





“O horário de verão traz vários transtornos biológicos, no entanto, sou favorável a todas as ações feitas em prol do meio ambiente, que neste caso é para a produção de energia elétrica, mesmo sendo uma economia tão pequena”, pontua a publicitária Maria Gabriela.





O horário de verão 2014/2015 deverá evitar um gasto de R$ 280 milhões com o acionamento de usinas térmicas, que seria necessário para suprir a demanda no horário de pico, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. Pela estimativa, o ganho econômico deve ser menor que o do horário de verão 2013/2014, quando chegou a R$ 405 milhões, a economia com a redução da necessidade de energia de térmicas.
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Por Renata Belsantos

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