Cuidado com as pragas urbanas

Insetos e pequenos animais que adentram as residências e oferecem riscos à saúde das pessoas

São pequenos e aparentemente inofensivos, mas são capazes de causar grandes prejuízos financeiros e à saúde das pessoas. Baratas, formigas, ratos, aranhas, escorpiões, moscas, caramujos, grilos, abelhas, pombos, cobras, lacraias, cupins dentre outros são companhias que, apesar da aversão do homem, insistem em conviver com o mesmo. São as pragas urbanas, insetos e pequenos animais que se proliferam desordenadamente no ambiente das cidades e que oferecem risco à saúde humana.

Esses insetos e pequenos animais fazem parte da lista dos sinantrópicos, termo usado para nomear animais que se adaptam e vivem junto com o homem, mesmo contra a sua vontade. Estes animais, ele explica, se dividem em: peçonhentos (cobras, escorpiões, abelhas e lacraias) e relevantes para a saúde pública, que tem relevância de controle (ratos, morcegos, pombos etc.).

Os peçonhentos podem causar incidentes com risco de morte, como no caso das abelhas em acidentes com pessoas alérgicas; não ficando atrás o escorpião, que, além de causar muita dor no local da ferroada, gera sintomas sistêmicos (gerais) podendo levar a óbito, principalmente em casos de crianças abaixo dos dez anos de idade.

Em relação às cobras, o veneno pode causar danos necrosantes no local da mordedura e lesões neurológicas conforme a espécie envolvida no acidente. Já as lacraias ou centopeias podem ser animais peçonhentos muito contaminados e ao picar alguém a pessoa pode desenvolver alguma infecção bacteriana no local.

Sobre os animais relevantes para a saúde pública, os ratos, morcegos e pombos são os principais destacados por Bruno Sérgio. "Eles causam prejuízos econômicos, contaminação de alimentos e podem ser reservatórios de doenças tais como leptospirose, peste bubônica, hantavirose dentre outras", avalia o veterinário.

Acrescenta que os prejuízos econômicos no caso dos pombos estão relacionados quando, por exemplo, contaminam e danificam materiais com suas fezes. Além de transmitirem doenças como criptococose, histoplasmose e aspergilose. "A criptococose é causada pela inalação de fezes secas dos pombos", informa. Conforme ele, a histoplasmose e aspergilose também são transmitidas pela inalação das fezes secas. Mas ressalta que, nestes casos, a única diferença está no agente causador de cada doença.

O veterinário destaca casos como a importância dos morcegos. "Eles fazem a dispersão de sementes, polinização das flores e controle de insetos", revela. Mas reconhece que enquanto praga urbana o mamífero pode hospedar agentes infecciosos, os quais podem ser transmitidos para a população. Sendo o vírus da raiva o principal que é transmitido através da mordedura ou arranhadura causada pelo morcego.

Assim como os morcegos, as abelhas também são importantes colaboradoras para o equilíbrio do meio ambiente quando também fazem a polinização das flores. Além de serem exímias produtoras de mel, tão apreciado pelo homem. No entanto, lamenta o defensor Sérgio, que ao tentarem formar uma colmeia em uma área urbana, as abelhas podem entrar em confronto com o homem. "Ao tentar manter o habitat próximo ao homem ocorrem os ataques". 

Prevenção e controle
Uma das principais maneiras de se evitar a proliferação de insetos e pequenos animais em residências, empresas e comércio em geral está em manter os ambientes limpos, livres de acúmulos de entulhos, bem como a vedação das soleiras das portas, é o que explica o veterinário Sérgio Alves. Manter limpas e tapadas a caixa de esgoto, acondicionar o lixo em recipientes fechados evitando assim atrair ratos, baratas, formigas dentre outras pragas.

"Devemos também acondicionar bem os alimentos para evitar a contaminação, esses cuidados são básicos para se ter um ambiente livre das pragas", diz. Em relação aos pombos e morcegos, ele aconselha que deve ser realizada a vedação dos locais que são utilizados como abrigo.

Atuação privada
A gerente administrativa da empresa de dedetização Alvo, Helena Leite, 52 anos, explica que as principais pragas urbanas que geram ocorrências são as baratas, formigas, ratos, pombos, cupins e insetos como mosquitos da dengue, moscas, muriçocas e pernilongos em geral. Afirma que em Goiânia, são dedetizados em média 200 estabelecimentos comerciais e 500 residenciais.

Sobre os cuidados que se deve teve ter ao realizar a dedetização, Helena pontua. "No caso de pessoas alérgicas, gestantes, idosos, crianças e animais, recomendamos que fiquem ausentes em um período de duas a quatro horas desse ambiente", informa. Acrescenta que a Vigilância Sanitária recomenda que seja feita a dedetização de residências, clínicas e farmácias duas vezes ao ano. Enquanto restaurantes, bares, panificadoras, supermercados, comércio em geral deve se fazer todos os meses.

"O inseto procura três necessidades básicas: alimento, água e abrigo, são o que costumamos chamar de os 'três A'. Como nesses estabelecimentos a incidência é maior, a gente recomenda que o controle seja feito uma vez por mês", conclui.

Doenças e prejuízos causados por pragas

Cupins
O cupim pode desgastar lentamente concreto, alumínio, chumbo e plástico para chegar no alimento "madeira" ou materiais celulósicos, como papel e papelão;

Uma colônia adulta de cupins pode consumir de 0,5 a 1 Kg de madeira por dia, dependendo da espécie.

Ratos Doenças 
Leptospirose: Doença infecciosa causada por uma bactéria. Sua transmissão nos grandes centros urbanos ocorre através da urina dos ratos. Os sintomas são febre, dores de cabeça e no corpo, sensação de cansaço e calafrios. Os casos mais graves podem levar à morte;

Tifo: O tifo epidêmico é uma doença transmitida por piolhos, parasitas comuns no corpo humano, e causada pela bactéria Rickettsia prowazekii;

Sarnas: São doenças de pele contagiosas, transmitidas aos animais e eventualmente ao homem através do contato direto com ácaros que são parasitas microscópicos;

Salmonelose: Intoxicação alimentar causada por uma bactéria. Os sintomas mais comuns são diarreia intensa, náuseas, vômitos, febre e dores abdominal e de cabeça;

Micoses: São infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos.


Prejuízos:

Perda anual de até 8% da produção mundial de cereais e raízes;

Cada roedor costuma comer por dia o equivalente a 10% de seu peso;

Contaminação dos alimentos por urina e fezes;

Desperdício pelo rompimento de sacarias e outras embalagens;

Acidentes devido aos danos causados em fios e cabos de máquinas e instalações elétricas;

Presença de ruídos e chiados em ligações telefônicas.


Baratas

Doenças:

Intoxicação Alimentar: é uma infecção causada ao consumir alimento contaminado com bactéria patogênica, toxinas, vírus, príons ou parasitas. A contaminação geralmente decorre do modo inapropriado de manusear, preparar ou estocar comida;

Diarreias;

Alergias.

Mosquitos

Doenças:

Dengue: Doença infecciosa, que pode ser causada por 4 tipos diferentes de vírus. Os sintomas são febre, mal-estar, dores de cabeça e musculares, manchas na pele e algumas vezes sangramentos. A Dengue pode provocar hemorragias e levar à morte;

Malária: Doença infecciosa potencialmente grave. Causada por parasitas, pode apresentar suas manifestações dias, meses ou até anos após a picada do mosquito. Os sintomas são febre, sensação de mal-estar, dores de cabeça e muscular, cansaço, náuseas e calafrios;

Febre Amarela: Doença infecciosa causada por um vírus. Existem 2 tipos da doença, a Febre Amarela Silvestre, transmitida em áreas de matas e a Febre Amarela urbana, transmitida nas cidades. Os sintomas iniciais são febre, cansaço, dores de cabeça e musculares. Também podem aparecer náuseas, vômitos e diarreia. Mais tarde, podem surgir sintomas mais graves como hemorragias, delírios e convulsões e causar a morte;

Elefantíase: Doença causada por parasitas, caracterizada pelo inchaço nas regiões afetadas, principalmente as pernas.
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Por Renata Belsantos

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