Desde o cuidado com doenças crônicas até a prevenção dos males que podem ser endêmicos, ou adquiridos no local de destino, saiba como se prevenir nas viagens de fim de ano e verão
Fim de ano e verão são sinônimos de férias e viagens para muitas pessoas. Mas é preciso cuidar da saúde para evitar problemas no seu destino. Desde doenças crônicas, que não podem ser descuidadas, até vacinas para evitar doenças endêmicas, saiba cinco dicas recomendadas pelo infectologista Jaime Rocha, especialista em medicina do viajante e conselheiro da Unimed Curitiba, sobre como se prevenir durante sua viagem.
1: Doenças crônicas e kit médico
A primeira coisa a fazer antes de uma viagem é verificar se você e sua família estão em dia com a saúde. “Doenças crônicas, como diabetes e pressão alta, estão sob controle? Isso é muito importante e precisa ser levado em consideração”, orienta Jaime Rocha, destacando que gestantes em início e na fase final da gravidez precisam redobrar o cuidado com alimentos e vacinas, inclusive devendo evitar viagens nesses períodos, se possível.
Kits médicos também não podem faltar na sua mala. “Mas não é para se automedicar! Consulte seu médico e peça recomendações de remédios para resfriado, dor de cabeça, febre, vômito e outros sintomas comuns em viagens. Monte seu kit e confira se não esqueceu nada”, recomenda.
2: Vacinas em regiões endêmicas
Há dois tipos de vacinas: as recomendadas e as indicadas. “Na Índia, por exemplo, é recomendado que se tome vacina contra febre amarela antes de viajar. Não que haja a doença no país, mas pessoas que chegarem contaminadas podem passar o vírus para os mosquitos vetores que existem na região. Por outro lado, não são exigidas vacinas contra raiva, febre tifoide, meningite e hepatite tipo A, mas todas elas são indicadas a quem for para a Índia”, exemplifica o infectologista.
Dentro do Brasil, também é preciso cuidado se o destino forem regiões em que há proliferação de mosquitos vetores como o Aedes aegypti. “Além da dengue, agora temos casos de chikungunya e zika vírus que também têm o mosquito como vetor. Na região norte do país, em que a malária é endêmica, é preciso cuidados especiais: roupas adequadas, tela mosquiteira, uso de repelentes e até remédios preventivos, tudo sempre a partir de recomendação médica para cada pessoa que for viajar”.
3: Cuidado com água e alimentos
Parece uma recomendação básica, mas o cuidado com a água e com os alimentos ingeridos durante a viagem também é essencial. “Muitas pessoas ficam doentes por isso, seja com diarreias ou até problemas mais graves, como hepatite e salmonela. Prefira sempre alimentos frescos, cozidos, assados ou fritos, frutas que podem ser limpas e descascadas, e tenha sempre muita higiene manual”, orienta o médico.
4: Calor, frio e altitude
Cada destino traz suas características peculiares que precisam ser avaliadas antes da viagem. “Locais quentes são propensos a casos de desidratação e queimaduras, se não houver cuidado. Já regiões opostas, de frio extremo, podem causar hipotermia e congelamento de membros. Cidades acima de 3 mil metros de altitude também requerem cuidados, já que pessoas mais sensíveis à mudança de oxigenação no corpo podem ter dor de cabeça, enjoo, vômito e mal estar. Oriente-se com seu médico em cada uma dessas situações”, pontua.
5: Cruzeiros marítimos e cobertura médica
Em viagens marítimas de navios e cruzeiros, também é importante levar em conta os cuidados com água e alimentos, além da higiene pessoal e das vacinas que porventura sejam recomendadas. “Pessoas propensas a enjoos precisam ter seus casos avaliados por um médico, que poderá recomendar medicamentos que inibam esses efeitos. Em geral, a orientação é evitar se alimentar e olhar o horizonte quando o navio estiver se movimentando bastante”, afirma Rocha.
Por fim, mas não menos importante, é preciso estar em dia com sua cobertura de plano de saúde, caso possua um, ou seja necessário no seu local de destino. “Muitos países, como os europeus, exigem seguros que cubram uma determinada quantia de gastos médicos, se for necessário, de acordo com o tempo que se for passar por lá”.