Eduardo Braga, de Minas e Energia, discute com outros ministros e equipe técnica modelos a serem adotados que possam evitar a privatização de distribuidoras de energia elétrica em sete estados brasileiros
Já dura mais de duas horas reunião no Palácio do Planalto entre o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, com a presença dos ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, além de técnicos do setor. Braga teve audiência com a presidenta Dilma Rousseff e em seguida, segundo informações de assessores, seguiu para nova reunião com os demais ministros e respectivas equipes. Um dos assuntos estudado pelo Executivo é alternativa a ser definida para evitar a privatização – ou “desestatização” de distribuidoras de energia elétrica.
Hoje (20), o ministério de Minas e Energia divulgou que foi programado para o dia 3 de fevereiro em Goiânia, entre o órgão, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e entidades que participam ou contestam o processo de privatização da Celg-D (distribuidora de energia de Goiás), uma audiência pública para discutir amplamente o assunto com todos os setores envolvidos. A privatização da Celg foi aprovada em 28 de dezembro e tem sido criticada por movimentos sociais diversos, centrais sindicais e entidades da sociedade civil.
Conforme as regras divulgadas no final do ano, caso seja levada adiante, a Eletrobras – que é detentora de 51% das ações da distribuidora goiana – poderá vender os ativos da empresa em leilão a ser promovido pela BM&F Bovespa no final de janeiro. Em junho de 2015, a Assembleia Legislativa de Goiás já tinha autorizado a venda de outros 49% de ações da empresa, pertencentes ao estado.
O aviso da audiência foi divulgado no diário Oficial da União e, segundo informações do governo, o evento terá participação aberta a todos os interessados, de acordo com a capacidade do local.
Os movimentos sociais, em paralelo, marcaram para a próxima quarta-feira (27) um ato contra a privatização destas distribuidoras de energia – que além da Celg, acontece em outros seis estados brasileiros.
Durante encontro realizado ontem entre representantes de várias entidades, incluindo a CUT no Palácio do Planalto, os ministros da Casa Civil e da secretaria de Governo afirmaram que o Executivo está se movimentando para achar alternativas para a questão, de forma a manter a viabilidade econômica destas empresas, sem privatizá-las.