Um peemedebista manteve, recentemente, uma longa conversa com o vice-presidente da República, Michel Temer, a respeito de assuntos afeitos à política de Goiás.
Temer foi sincero: a política de Goiás, ante o quadro caótico do país — até com a hipótese do impeachment da presidente Dilma Rousseff —, não está entre suas prioridades.
O vice-presidente frisou, porém, que não ficou satisfeito com o resultado eleitoral do PMDB nas eleições de 2014. “Não adianta discutir: Goiás enviou apenas dois deputados federais para Brasília. Antes tinha cinco. Temer, como qualquer líder, não aprecia o esfacelamento gerado pela liderança equivocada de Iris Rezende.”
Mesmo sugerindo que não falaria “mal” de Iris Rezende, e que não se sentiria confortável para pedir intervenção no PMDB goiano com objetivo de enfraquecer o líder octogenário, porque se trata de integrante histórico do partido, Temer admitiu que é preciso mudar a conduta política das lideranças locais. Sublinhou, também, que é contra a expulsão de Júnior Friboi.
Friboi, Michel Temer e Pedro Chaves: vice-presidente e dois de seus aliados em Goiás |
No diálogo, Temer frisou que se política se faz somando, atraindo, convidando, mas não expurgando. O vice-presidente garantiu que tem simpatia pelo grupo liderado por Friboi e Maguito Vilela, que inclui os deputados federais Daniel Vilela e Pedro Chaves, além de vários prefeitos.
Temer não disse, mas insinuou que os problemas locais devem ser resolvidos localmente. Porém, sugeriu que o PMDB precisa voltar a eleger uma maior bancada de deputados federais e pelo menos um senador. É que, em Brasília, o que vale não são prefeitos, até mesmo de capitais, mas deputados e senadores. A força do PMDB é concentrada no Congresso Nacional — por isso se passa a impressão de que o Brasil tem um sistema presidencial meio parlamentarista. Dilma Rousseff é a presidente e, portanto, governa, manda. Entretanto, a partir do Parlamento, o PMDB exerce um certo controle do governo. É quase um governo paralelo.