Estudo do IMB traça perfil das crianças goianas

O Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB) divulga estudo que traça o perfil das crianças goianas, com até 14 anos de idade, tendo como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/2013)


Neste trabalho, fica evidenciada a diminuição dos nascimentos nas últimas décadas. Desde 1990, Goiás passa a figurar entre os que se encontram abaixo dos índices nacionais de partos.

Em 50 anos, o número de filhos por mulher foi reduzido em mais de 70%. Projeções apontam que em 2.030, para cada 100 habitantes goianos menos de 18 serão crianças. Com relação aos aspectos étnicos, 56,5% das crianças são da cor parda, seguido pelas brancas (38,8%) e negras (4,4%). Entre as crianças negras, cerca de 32% delas integram os 10% mais pobres, de acordo com o cálculo da renda domiciliar per capita, sendo que apenas 1% delas faz parte dos 10% mais ricos.

Com relação ao índice de alfabetização, constatou-se a universalização do Ensino Fundamental, com 98% das crianças de 8 a 14 anos, com plenos domínios da leitura e escrita. Em modo geral, as crianças goianas ingressam na alfabetização a partir dos cinco anos. Cerca de 79% dos estudantes com idade até os 14 anos estão matriculados em escolas públicas.

As crianças também estão mais participativas em casa. Mais de 30% dos pequenos de 5 a 14 anos se dedicam aos afazeres domésticos. Tais atividades contribuem para o desenvolvimento do senso de responsabilidade. Foi registrado um índice de 2,2% de crianças que nesta faixa etária estão exercendo algum tipo de trabalho no Estado, em diversos segmentos como atividades agrícolas, comércio e construção.

As crianças goianas estão cada vez mais conectadas à rede mundial de computadores, quase 70% das que possuem de dez a 14 anos utilizaram a internet nos últimos três meses (a partir do período de referência da Pnad/2013, 22 a 28 de setembro). Nos domicílios, entre os 10% mais ricos, todas acessaram a web. Na porção dos 10% mais pobres, o percentual foi de aproximadamente 50%. Além da conexão à internet, nossas crianças contam com telefone celular para uso pessoal: entre as com dez a 14 anos de idade, 61% possuem tal objeto; na parcela dos 10% mais abastados, esse percentual se eleva para 83% e cai para 42% entre os 10% mais pobre.

Situação de rua
A pesquisa mostra que grande parte das crianças em situação de rua está em Goiânia e apresenta crescimento vertiginoso nos últimos anos, devido às relações de desigualdade, marginalização e exclusão. Em 2010, a instituição SOS Criança contabilizava 114 menores em situação de rua, sendo 12 deles com idade de oito a 12 anos.

Com respeito às crianças que cometem infrações, segundo o Grupo Executivo de Apoio a Crianças e Adolescentes, foram atendidos 1.260 menores de 18 anos no ano de 2013, 6,75% estavam na faixa de 12 a 14 anos. Destes, 67% tinham 14 anos e 90,6% eram do sexo masculino. Ainda mais, os atos infracionais mais frequentes eram contra o patrimônio. Esses dados corroboram a importância da necessidade de uma infância mais resguardada, pois o ato infracional cometido por uma criança não só manifesta a desigualdade social, como também a desarmonia entre entes como a família, escola, sociedade e Estado, defende o Grupo Executivo de Apoio a Crianças e Adolescentes.

Fonte: Redação.
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Por Renata Belsantos

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