Mesquita possui museu para visitação

Comunidade de mais de 200 anos recebe semanalmente cerca 300 visitantes e roteiro gratuito inclui visitas a fazendas onde ex-escravos viviam

A comunidade do Mesquita, localizada a 30 km de Brasília, no município de Cidade Ocidental (GO), luta para ser reconhecida culturalmente e continuar contando sua história. 


A comunidade possui um museu com objetos antigos e oferece um tour por lugares importantes do quilombo. Cerca de 300 pessoas visitam o Museu de Memórias e conferem de perto objetos que marcaram a cultura negra, que incluem utensílios domésticos e pinturas antigas, mas há ainda a possibilidade de visitar casarões e troncos onde os escravos apanhavam.


 “Essa missão é antiga eu precisava contribuir com essa história tão bonita e fui atrás”, destaca a moradora Célia pereira de 49 anos.


O Museu de Memórias é localizado na antiga igreja de Nossa Senhora de Abadia. A publicitária Eliana de Souza de 21 anos sempre visita à comunidade e acredita ser importante conhecer essa cultura. “È muito bom, você se sente parte da historia. Isso é lindo”, diz ela.

A comunidade Mesquita começou suas atividades no século 18 quando o fazendeiro José Corrêia de Mesquita doou as terras dele para três escravas: Maria Pereira Dutra, Maria Abadia e Martinha Pereira Braga, especula-se que elas receberam as terras por serem filhas ou netas do fazendeiro. Outra possibilidade é a crise econômica, motivada pela escassez de ouro na região da atual cidade de Luziânia (GO), o que fez com que diversos pioneiros da voltassem para a cidade de origem.

Para a professora de historia Marcela Tavares, a importância de uma comunidade quilombola para a história é inegável. “Essas comunidades carregam na veia a história do Brasil, é lá que está todo o nosso início”, observa. Na avaliação dela, relatos do gênero devem ser divulgados para que mais pessoas se juntem à causa. “Devemos divulgar e nos orgulhar dessas comunidades, assim vão chegando mais pessoas para contar essa história”.

Para proteger historias de pais para filhos e perpetuá-las, o pós-graduado em democracia participativa Manuel Barbosa, morador do quilombo, escreveu o livro Quilombo Mesquita. “O livro é para dar voz às coisas que as pessoas que moram aqui contam e ninguém tem acesso”, afirma. A publicação está disponível todos os domingos na igreja Nossa Senhora de Abadia e pode ser adquirida gratuitamente. “Não fiz pensando no custo e sim em divulgar essa historia”, diz ele.

O quilombo mesquita está localizado na Cidade Ocidental (GO), a 30 km de Brasília, o Museu de memórias fica aberto aos finais de semanas das 9h às 18h. A entrada é gratuita


Com informações com Samuel Lucas
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Por Deputado Gilvan Máximo

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