A investigação da Polícia Federal, que culminou na apreensão documentos na casa do empresário Joesley Batista em 2016, atormenta o governador Marconi Perillo (PSDB). No final de 2014, após ser reeleito governador, o tucano aprovou um projeto de lei na Assembleia e perdoou quase no réveillon uma dívida bilionária da JBS com o governo de Goiás
Há quem sugira, nos bastidores, que Júnior Friboi seria para Marconi Perillo o que Eike Batista foi para o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Provavelmente não é verdade.
De toda forma, a empresa da família Batista, que surgiu em Goiás com o frigorifico Friboi e hoje tornou-se uma multinacional, tinha uma dívida fiscal em Goiás enorme, por falta de recolhimento de impostos. No fim de 2014, um mês após ter sido reeleito governador de Goiás, inclusive com o apoio da família de Friboi (incluindo vários artigos em jornal de Júnior Friboi falando mal de Iris e bem de Marconi), ele, Marconi, enviou um projeto de lei para a Assembleia renegociando em condições absurdamente vantajosas a dívida do Friboi com o Estado.
De um total devido superior a R$ 1,5 bilhão, o grupo Friboi pagou parceladamente apenas R$ 300 milhões e teve um perdão total superior a R$ 1,2 bilhão. A lei que beneficiou Friboi e mais alguns poucos empresários foi extinta logo após o Natal. Na época, o caso teve grande repercussão negativa em Goiás e no Brasil.
Se a família Batista for obrigada pela Justiça a contar, em detalhes, a relação de suas empresas com o governo federal e também com o governo goiano, Marconi pode ser convocado a explicar o motivo de tamanha boa vontade com o Friboi, em detrimento dos demais contribuintes goianos.