Novo prefeito de Cidade Ocidental aposta no jogo de cintura

O novo prefeito de Cidade Ocidental, na Região Metropolitana do DF, Fábio Correa (PRTB), qualifica-se como um agregador. Com ajuda de partidos como PT e PSD em sua coligação, bateu um candidato do PSDB nas eleições municipais e ainda assim se manteve na base do tucano Marconi Perillo, governador de Goiás



Passados quatro dias da eleição, as ruas de Cidade Ocidental ainda convivem com os restos da campanha. Foto: Angelo Miguel

Eric zambon
eric.zambon@jornaldebrasilia.com.br

O novo prefeito de Cidade Ocidental, na Região Metropolitana do DF, Fábio Correa (PRTB), qualifica-se como um agregador. Com ajuda de partidos como PT e PSD em sua coligação, bateu um candidato do PSDB nas eleições municipais e ainda assim se manteve na base do tucano Marconi Perillo, governador de Goiás.


Ele espera, inclusive, que isso o ajude a costurar acordos com os tucanos que serão seus vizinhos em Valparaíso, Novo Gama e Luziânia, todas na região limítrofe ao DF.


Perfil:
Primeiro mandato de Fábio Correa

Eleito com pelo PRTB com 42,40% dos votos válidos, Fábio já exerce a a função de vereador em Cidade Ocidental e garante estar envolvido com as questões da cidade.

Recebeu 11.641 votos, à frente de três outros candidatos

Ele é formado em Administração e, aos 57 anos, diz ser possível transformar o município “uns 20 anos”.


“Minha tendência natural é o alinhamento. Hoje não sou oposição ao partido do governador. Seria se o DEM tivesse ficado no meu bloco, mas eles saíram”, comenta, acrescentando ter boa relação também com o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg (PSB).

Seu traquejo político, que ele afirma já exercer em seu mandato vigente de vereador, no entanto, não bastará para atender à carente população de Cidade Ocidental, município com um dos menores Produtos Internos Brutos (PIB) do Entorno.

“O problema mais fácil e ao mesmo tempo que precisa de um mês para gerenciar é a iluminação pública. Tem que gerenciar melhor os recursos, pois todos pagam caro demais e não há retorno”, exemplifica.






Nas ruas, a população se sente órfã de cuidados e até de “pormenores”, como opções de lazer. Para o universitário Thiago Correa, de 26 anos, a gestão de Giselle Araújo (PTB) foi desastrosa. “Ela não fez nada. Inclusive ela resolveu apoiar o Antônio (Lima, candidato à prefeitura pelo DEM) e o afundou junto”, especula.






Para ele, aspectos como a limpeza da cidade e a falta de reformas pioram a opinião das pessoas sobre o município. “Toda vida a gente conviveu com essas ruas, com esses prédios com cara de acabados. Sem contar os problemas em Saúde e Segurança, né?”, critica.






O jovem também gostaria de ter mais opções para se divertir. “Em Brasília vocês têm o Pontão, casas de shows, o parque da Cidade. Aqui existe muito espaço vazio e nada por lá. Só na beira no lago que montaram alguma coisa recentemente”, reivindica.






Ele admite ter trabalhado na campanha de um vereador eleito, mas garante que seu voto, assim como de muitos amigos, não se deu por afinidade, mas devido à vontade de ver alguém novo no poder.






O concorrente direto do vencedor já foi prefeito e “também não fez tanta coisa pela cidade”. A expectativa do rapaz é que Cidade Ocidental seja mais valorizada.






Ideia é rir para não chorar


A estudante Juliana Alves, de 19 anos, expõe suas esperanças para um bom governo de um jeito sarcástico. “Eu acredito que possa dar certo do mesmo jeito que uma mãe de filho drogado acredita em recuperá-lo depois da décima internação.”






Para ela, o grande problema a ser enfrentado é da saúde. O hospital da cidade não consegue atender à demanda e os postos da família estariam defasados. “Minha mãe sofre de pressão alta e gastrite crônica, mas há um mês que os remédios dela não chegam aqui”, conta.






Outro desiludido é o mototaxista Robson Araújo, de 31 anos. Ele garante que se desencantou do processo eleitoral ao ser procurado por um vereador que ofereceu encher o tanque de sua moto em troca de voto. “Eu imagino que ele queria voto da minha mãe, da minha irmã”, diz.






Para ele, a condição do asfalto e a falta de segurança são as questões que mais afetam seu trabalho. “A cidade está toda esburacada, mal sinalizada. Tem rua com cinco quebra-molas e nenhuma placa. Já cansei de pular com cliente na garupa”, reclama. O mototaxista prossegue: “Aqui também roubam uma moto atrás da outra. Há menos de um mês um cara colocou a arma na minha frente e eu acelerei e derrubei ele”, desabafa.






Por uma “gestão JK”


O prefeito eleito diz entender as necessidades da cidade e diz que pretende fazer uma “gestão JK”. “Quero avançar cinco anos a cada um de mandato”, projeta, otimista. As dificuldades, porém, são muitas.






“No curto prazo, é preciso fomentar o consumo dentro do município, criar feiras de artesanato e o comércio local., criar promoções com carros de som para estimular as pessoas a comprarem aqui e fortalecerem o comércio local”, enumera.






Correa também espera firmar parcerias com o DF e garante ser amigo do governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg. Segundo ele, o socialista já o teria convidado para fazer parte do partido no passado e, se perguntado, “com certeza se lembraria dele”.






“Temos que buscar parcerias no sentido de duplicar a DF-140, por exemplo, e fazer postos policiais na divisa”, cita, alegando que a segurança é questão prioritária.









Fonte: Jornal de Brasília
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Por Renata Belsantos

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