A praça principal da cidade de Goiás (GO) está lotada para a Procissão do Fogaréu. O evento, que começa à meia-noite, deve reunir pelo menos 10 mil pessoas, de acordo com a organização
Para os que vieram pela primeira vez, como a vendedora Letícia Pinho (27), que mora em Goiânia (GO), o clima é de expectativa. "Muitos amigos meus já vieram e sempre me diziam que eu precisava conhecer, que é tudo muito bonito. Estou ansiosa para que comece logo", disse.
Os Farricocos, personagens vestidos de túnicas coloridas e capuzes pontiagudos, representam soldados romanos na procissãoMarcello Casal Jr/Agência Brasil
A dona de casa Lurdes Oliveira (46), que veio de Itaberaí (GO), está em Goiás pela segunda vez, e disse que sente o mesmo frio na barriga que teve no ano passado. "Estou muito feliz porque posso participar de novo. O que eu mais estou gostando é do clima, que não está nem muito quente e nem frio. Vai ser ótimo".
À meia-noite da chamada quarta-feira das trevas, as luzes da cidade se apagam e dão lugar às tochas, que iluminam um verdadeiro espetáculo ao ar livre.
Cerca de 40 Farricocos, personagens vestidos de túnicas coloridas e capuzes pontiagudos, representando soldados romanos, concentram-se em frente à Igreja da Nossa Senhora da Boa Morte, na praça principal da cidade, acompanhados pela multidão. Ao som de tambores, o grupo segue para a escadaria da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, que simboliza o local onde estaria sendo feita a última ceia, e depois marcha em direção à Igreja de São Francisco de Paula, que representa o Jardim das Oliveiras descrito na Bíblia.
É neste local que, ao som de um clarim, é decretada a prisão de Jesus Cristo. Os fieis retornam então à praça central, onde é encerrada a procissão.
Fogareuzinho
No Fogareuzinho, dezena de crianças sairam, por volta das 18h em uma procissão criada especialmente para as crianças Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Mais cedo, por volta das 18h, dezenas de crianças participaram do Fogareuzinho, organizado pela Escola Letras de Alfenim e criado especialmente para os pequenos. Em um percurso curto, a procissão saiu do Museu das Bandeiras e a encenação ocorreu de forma semelhante ao evento da noite.
A comerciante Tércia Prudente trouxe o pequeno João Victor, de 4 anos, para participar pela primeira vez. "Ele assistiu às procissões da meia-noite nos outros anos e quando descobriu que tinha uma especialmente para as crianças, disse logo que queria ser um farricoquinho", disse.