GDF retoma concurso para escolher projeto do Museu da Bíblia

A proposta vencedora do estudo preliminar que servirá de base para o projeto executivo do prédio vai ser premiada em R$ 122 mil



O concurso que vai selecionar o projeto arquitetônico do Museu Nacional da Bíblia em Brasília foi retomado nessa quarta-feira (1º/9). O edital retificado foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) e é assinado pelo secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues. Com a retificação do edital, o concurso pode ser relançado. O prazo para envio de propostas agora vai até 15 de setembro.

A medida foi viabilizada pela decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, que reconheceu o pedido de recurso do Governo do Distrito Federal (GDF) e derrubou a decisão liminar da Justiça do DF que impedia a continuidade do certame.

A seleção foi lançada em julho deste ano. Pelo edital, a proposta vencedora do estudo preliminar que servirá de base para o projeto executivo do prédio vai receber o prêmio de R$ 122 mil. O projeto do governo indica que o museu será construído no Eixo Monumental, em um lote de 7,5 mil m², próximo à Estrada Parque Indústrias de Abastecimento (Epia), entre o Cruzeiro e o Setor Militar Urbano (SMU), e terá capacidade para 50 mil pessoas. O custo é estimado em R$ 63 milhões.

O deputado distrital Rodrigo Delmasso (Republicanos) comemorou a retomada do edital. "É uma vitória não só para o governo, mas para a cidade também, é uma vitória contra intolerância religiosa", ponderou. Para o parlamentar, a construção do Museu vai trazer benefícios sociais e culturais para o DF. "Vai gerar centenas ou até mesmo milhares de empregos para o DF", afirmou Delmasso, que também aposta no turismo relegioso.

"A expectativa da gente é receber de 30 mil a 40 mil  visitantes por mês", diz. "É um movimento em que se demonstra a valorização do livro mais lido do mundo, que se perpetua o cristianismo no mundo, tem sua relevância cultural".

Edital para projeto do prédio do Museu da Bíblia foi retomado

O governo destacou que a construção tem valor histórico e cultural, já que a edificação teria sido idealizada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e tem a construção prevista desde 1995.

Segmento evangélico
Para o deputado federal Julio Cesar Ribeiro (Republicanos-DF), a construção do museu será a realização de "um sonho do segmento evangélico". "É um local onde as pessoas poderão se reunir independente da bandeira religiosa, para falar com Deus, ter um ponto de referência. Ter o Museu da Bíblia, administrado pela Sociedade Bíblica do Brasil, a maior editora de bíblias do nosso país, é algo muito importante, que há muito tempo estava nos planos e pode se tornar realidade", comentou.

"Vamos receber visitantes de todo o país, querendo conhecer, na capital federal, o Museu da Bíblia. É o livro mais antigo e norteador da vida de milhares de pessoas. E o Eixo Monumental é um ponto de referência. Não existe um local melhor para colocar o museu. "Quem não vai querer parar ali, para tirar alguns minutos e ler a bíblia? Estou muito feliz com a decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, que liberou o andamento da obra do Museu da Bíblia", completou.

A críticos da obra, o parlamentar afirmou que os setores da sociedade devem buscar, junto a parlamentares e ao governo federal recursos para atender seus pleitos, como fez o segmento evangélico no caso do museu. "Vi gente reclamando que o dinheiro poderia ser investido em outras coisas. O Conselho de Cultura tem que ir atrás do governo federal, dos parlamentares, para a reforma dos monumentos que acharem importantes. Vejo certa intolerância religiosa. O segmento evangélico luta por algo importante para a população", disse.

Eixo Monumental
De acordo com o secretário de Cultura do GDF, Bartolomeu Rodrigues, "o Museu Nacional da Bíblia será construído no segmento inicial do Eixo Monumental, à porta de entrada do Plano Piloto". "Esta localização por si já justifica que busquemos o melhor projeto entre os que podem ser fornecidos por nossos profissionais que atuam no mercado brasileiro", afirmou o chefe da pasta na página criada para que arquitetos registrem os projetos que disputarão o concurso.

"Não temos dúvida de que os arquitetos brasileiros, reconhecidos mundialmente por sua criatividade, saberão responder ao chamado e apresentar propostas à altura do que a população do DF espera e merece. A escolha pelo concurso de projetos é uma clara opção de busca de qualidade, o que nem sempre é viabilizado quando são realizadas outras formas de licitação de projetos", explicou.
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Por Renata Belsantos

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