Novo secretário de Segurança confirma fracasso de José Eliton

A plataforma de gestão do secretário de Segurança Pública de Goiás, Ricardo Balestreri, é um atestado do fracasso do vice-governador José Eliton na sua passagem pela função. Balestreri anunciou ontem (2) o projeto de instaurar uma PM mais técnica e ética, dentro do que defende a ONU

Ou seja, vai desmontar a política de Tolerância Zero anunciada pelo vice-governador. “Não podemos continuar com modelos de 1967”, afirmou o secretário, admitindo o atraso imposto pela gestão anterior.

José Eliton queria um policiamento mais truculento, do tipo que atira primeiro para depois perguntar. Se esqueceu, no entanto, que o modelo da Tolerância Zero adotado em Nova York nos anos 1990, no qual dizia se inspirar, não previa somente o endurecimento das atividades de segurança. Tinha como contrapartida ao aumento da repressão policial (que não significava aumento da violência policial), investimento em inteligência e políticas sociais e de gestão, como revitalização de áreas degradadas, para desestimular a prática de crimes. Entre 1991 e 2001, a força policial de Nova York cresceu 45%. Em Goiás, só tem diminuído.

A Tolerância Zero norte-americana foi algo muito mais complexo e bem acabado do que a política que se pretendeu implantar em Goiás. O vice-governador seguiu a premissa temerosa de que os erros de avaliação e eventuais desvios de conduta de alguns membros das forças policiais, que por vezes resultam em vítimas inocentes, seriam efeitos colaterais aceitáveis da agressividade estimulada pelo Estado, pois a queda da criminalidade resultante desta política faria com que a população tapasse o nariz para os excessos. Um cálculo bem cruel, diga-se de passagem.

Mas não houve redução da criminalidade, pelo contrário. Uma política de segurança sem investimentos reais em inteligência, equipamentos, qualificação e aumento do efetivo, além de maior atenção à gestão carcerária, é fracasso certo. Em Goiás temos um componente ainda mais cruel: a precarização não só dos equipamentos policiais, mas da própria valorização do agente de segurança. Afinal, oferecer salário de R$ 1,5 mil para correr atrás de bandido é nada menos que desrespeito tanto com o policial quanto com o cidadão que dele depende.
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Por Deputado Gilvan Máximo

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