O crime teria ocorrido no dia 31 de outubro. O menino de seis anos foi encaminhado ao hospital com vários hematomas no corpo e faleceu três dias depois
O mecânico Raphael Gonçalves Jorge, de 26 anos, e a dona de casa Gesiane Magna Lima Neves, de 22, foram presos nesta segunda-feira (17), na Cidade Ocidental (GO). Eles são suspeitos de espancar uma criança de seis anos. Pai e madrasta moravam com o garoto há cerca de um ano e meio. Eles não assumiram o crime. O casal ficará cerca de 30 dias preso, prazo que poderá ser prorrogado por mais 30 dias ou ser convertido em prisão preventiva.
No dia 31 de outubro, o Samu - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - da Cidade Ocidental foi socorrer o garoto, que apresentava vários hematomas pelo corpo. Em estado grave, ele foi levado ao Hospital Materno Infantil de Brasília e, em seguida, encaminhado ao Hospital de Base. O menino não resistiu aos ferimentos e faleceu por traumatismo craniano, no dia 3 de novembro.
Ainda no hospital, foram tiradas fotos das marcas de agressão no corpo da criança. Com estes documentos, o Conselho Tutelar do Distrito Federal foi acionado e fez a ocorrência, que foi direcionada à Delegacia da Cidade Ocidental na quinta-feira (13) da semana passada. O delegado Rafael Camargo ouviu a enfermeira do Samu responsável por prestar os primeiros socorros à criança e a médica do HMIB que recebeu a criança no hospital. De acordo com o delegado, ambas confirmaram a possível suspeita de agressão física feita contra o menino com base nas características das lesões.
Com as provas materiais e com os depoimentos recolhidos, o delegado apresentou o pedido para o juiz e declarou a prisão provisória do pai e da madrasta na última sexta-feira(14). O casal foi acusado pela polícia de ação contundente. A maior suspeita é que eles tenham atirado algum objeto na cabeça do menino, que além do traumatismo craniano, apresentou diversos hematomas pelo corpo, como sinal de maus tratos.
Após serem pegos, os suspeitos foram ouvidos. O pai apenas assumiu que batia na criança, contudo ambos negaram as acusações. Durante a prisão temporária, ele ficará detido no presídio da Cidade Ocidental e a madrasta será transferida para a cadeia pública de Luziânia (GO).
Em depoimento, a madrasta chegou a relatar que a criança bateu a cabeça após o pai obrigá-la a tomar banho e jogá-la no banheiro. Depois voltou atrás e contou outra história, semelhante às declarações do pai, Raphael Gonçalves Jorge. Ele afirma que, no dia 31, ao chegar em casa, encontrou a criança na cama, após sofrer uma convulsão.
Além dos acusados e dos profissionais da saúde, a avó materna da criança também foi ouvida na delegacia. Ela afirmou não ter muitas informações sobre o dia-a-dia do menino, embora tenha ficado com a guarda dele após o falecimento da filha. A mãe do garoto morreu em 2012 em um acidente de trânsito. A avó contou apenas que já viu o garoto com o braço quebrado e o olho machucado, mas disse que na ocasião o menino disse ter se machucado jogando bola.